quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Quase

Ontem eu quase perdi...
Por uma lágrima.
Por um triz.
Por um fio.
Quase perco meu coração.
Por um instante ele se cansou de bater.
E quase explodiu em outro peito.
Ontem eu quase perdi...
E por isso...
 Hoje ganhei.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Aquilo que já foi dito

Desejo outras palavras.
Novas expressões.
Outros vocativos.
Outras emoções.

Sinto que tudo o que digo já foi dito demais.
Por vezes foi dito fora de sentido.
E por vezes o sentido não era o que foi sentido.

Quero novas palavras.
Para evitar palimpsestos.
Nuas de memória.
Castas de começo.

Desejo poder dizer e ouvir...
...aquilo tudo que mereço.
Sem todos os ranços que eu já conheço.

Danielle do Carmo

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Falando com as mãos.

Quando os quartos do meu coração já estavam vazios.
Quando os ecos do silêncio ressoavam por todo meu ser.
E eu assim calada...
Me resignei a aprender a linguagem da solidão.
Até que alguém, assim calado...
Me ensina a falar com as mãos.

Danielle do Carmo

Canto aquilo que se foi


Canto minhas dores para libertá-las.
E agora? O que cantarei?
Cantarei aquela dor que perdi.
Não a tenho mais.
Em um dia assim, ela se foi em segredo.
Fugiu do meu peito.
....e nem me deixou uma carta.

Danielle do Carmo

terça-feira, 15 de novembro de 2011

O Palhaço

Quem nunca teve problema com suas "identidades"?
Quem nunca perguntou : Quem sou eu ?
Assim partimos em busca daquilo que sonhamos... seja isso apenas um ventilador.
Quem nunca chegou lá, conseguiu tudo o que queria e viu que antes era o melhor lugar para estar.
As vezes temos que nos perder para nos achar.
E é sempre bom voltar pra casa.
Mesmo que o fim da jornada seja o ponto de partida....
Ele nunca será o mesmo... pois  a jornada nos transforma.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

O que me resta.


Não, não me deixe sangrar assim...
Aperte sua mão contra meu peito.
O sangue que escorre é tudo que me resta...
Não consigo estancar sozinha...
Me conte uma história.
Porque eu ainda não consegui dormir.
O dia ainda não se fez pra mim.
E a noite nunca termina.

 Danielle do Carmo

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Aforismos...

Vivemos a era dos avanços teconologicos, da evolução científica e do aprimoramento das técnicas.
E nós? Como humanos? O que melhoramos?

Estudando a história me atrevo a dizer que o mundo melhorou. Não precisamos ir muito longe... até pouco tempo não havia discussões sobre a diversidade, sobre a igualdade da mulher, direitos humanos. Mesmo que isso não funcione como deveria, ao menos a posição oficial prega a seguinte palavra de ordem: Respeito.

Porém uma coisa não há melhorado, as relações interpessoais. Não conseguimos lidar com a alteridade. Não sabemos tratar os outros. Lidar com estranhos parece ser mais fácil que lidar com as pessoas mais próximas a nós. Porque para os estranhos, seguimos as normas simples da educação e etiqueta.

A amizade é tomada como passa tempo. São poucos que realmente se dedicam a ser amigos. Podemos perceber isso facilmente. Alguém que se recusa, ou apenas não consegue, vestir a máscara da perfeição... não consegue muitos amigos. Exigimos demais das pessoas, não aprendemos aceitar aquilo que são, com seus defeitos e limitações.

E o amor. Amor... palavrinha tão usada, gasta e vulgarizada. Falamos tanto de amor e nem sabemos o que ele é e como usar. Nos prendemos a conceitos de amor que não são possíveis ou realizáveis. Esperamos o amor perfeito, sem gastos e sem arranhões. Mas isso não existe. Por isso vemos tantas pessoas desiludidas por ai.  Ao mesmo tempo que beijam dez em uma festa e facilmente levam alguém pra cama... ainda tem sérios problemas com contato e intimidade. Aprendemos a desligar a alma do corpo. E o usamos como instrumento. Não quero ser moralista. Isso vai muito além... somos filhos e netos da revolução sexual e ainda não sabemos usar essa liberdade. Tomamos o outro em partes... não como um todo. Assim colecionamos pessoas como colecionamos discos de vinil. A diferença é que os discos, guardamos com carinho, e as pessoas aprendemos a descartar, não por maldade, mas por puro medo. Medo de que?
Medo de envolvimento.

Não estou dizendo que devemos nos envolver e assumir compromissos com todas as pessoas que nos relacionamos, porém o respeito deve prevalecer. Respeito e consideração em relação ao que foi compartilhado conosco.

" Você se torna eternamente responsável por aquilo que cativas"
Sim, concordo. Vc é responsável por aqueles que cativa, mas não pelos sentimentos que provoca.
Não podemos ser levianos e despertar sentimentos que não estamos dispostos a corresponder mas, não temos a obrigação de arcar com os sentimentos alheios. Cada um é responsável por seus próprios sentimentos. Então... mas tão pouco devemos desprezar as pessoas que carregam esses sentimentos. Devemos auxiliar...

Enfim... acho que tudo se resume a uma palavrinha:

 "Namastê" : O deus que há em mim saluda o deus que há em você.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Outro par


O que mais vejo é gente desiludida... andando a deriva na vida...
E meu universo é outro, um possível e inventado só dentro de mim.
Canto minhas dores para espantá-las.
Sai de mim, sai de mim.
Quero outros amores pra chorar.
Porque esse já não tira mais nada de mim.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Esquecimento


Assim como existe o tempo pra lembrar
Existe o tempo pra esquecer.
Limpar os restos,
Fechar a janela,
 Encerrar o assunto...
Deixar o tempo fazer o seu trabalho.
Quando nada se pode nada fazer.
É tempo de esquecer...
Esquecer, esquecer, esquecer.
Até que um dia se arrumando pro trabalho,
Você grita:
Mãe!!! Como é que amarra esse tênis?
Ai então...
Estará curado.